Por Marcelo Visintainer Lopes

COMO COMPRAR UM VELEIRO USADO E NÃO SE ARREPENDER DEPOIS

As minhas preferidas e infalíveis!

1. Experimente antes de comprar (gostar, rotina e fisiologia).

Não compre sem antes experimentar “de verdade”. É incrível a quantidade de pessoas que compram veleiro sem antes saber se vão gostar ou não.

Passeios em ambientes controlados, com sol, pouco vento e mar calmo não são a melhor experiência. Com certeza você vai se encantar, mas depois de adquirir seu próprio veleiro, no primeiro rompante da natureza, provavelmente, você vai se arrepender de ter comprado.

Depois de achar muito bacana, temos que conhecer as rotinas diárias e “obrigatórias”. Com isto evitamos arrependimentos (não sabia que era assim…).

Em paralelo vamos descobrindo se o nosso corpo se adapta bem aos diversos movimentos causados pelo mar.

2.Converse com um profissional da vela (marcas, modelos, custos, defeitos e liquidez).

Não compre sem antes conversar com um consultor profissional. Sei que amigos dão ótimos conselhos, mas um consultor será capaz de analisar os seus objetivos e ajudar a encontrar o tamanho de barco que atenda bem as suas necessidades e possibilidades ($$).

Não é somente sobre o valor que você está disposto a investir, mas também sobre todos os valores envolvidos no casamento.

Aproveite a consultoria e identifique os custos envolvidos desde a compra, passando pela manutenção obrigatória, guarda do veleiro etc.

Planilhe tudo sem dó nem piedade e veja se os boletos cabem no seu bolso.

É importantíssimo ter um norte antes de comprar. Não só as melhores e mais consagradas marcas, mas também aquelas que apresentam menos defeitos e maior liquidez.

3. Local para guardar o veleiro (estrutura, distância de casa e disponibilidade)

Não adianta fechar o negócio e não ter um local seguro para guardar.

Visite os possíveis locais (clubes e marinas), conheça as benfeitorias e serviços, horários de atendimento e dias de folga, analise a segurança, a proteção de ventos e ondas etc.

Entenda que quanto mais longe de casa menor será a rotina de utilização e de cuidados.

Veleiro precisa de carinho e atenção, pois as coisas costumas deixar de funcionar por falta de uso.

Se gostou do local pergunte sobre a disponibilidade de vagas e a previsão de disponibilidade.

4. Cuidado com a compra por impulso

Comprar por impulso é não ter respostas suficientes que justifiquem a compra.

Comprarei o veleiro porque eu acho bacana (volta ao item 1).

Comprarei o veleiro porque meus amigos dizem que é legal (volta ao item 1).

Comprarei porque está na moda (volta ao item 1).

Me deu vontade de ter um (volta ao item 1).

Venho assistindo canais de vela no Youtube e fui influenciado por eles (volta ao item 1)

E assim vai…

Exemplos de respostas que fazem sentido:

Venho me planejando a muito tempo para comprar um veleiro. Já tive experiências genuínas, venho estudando e fazendo cursos e etc.

Velejo a muito tempo e agora decidi ter um veleiro.

Fiz vários cursos de vela e decidi comprar um veleiro.

Pretendo me dedicar ao veleiro, já que não tenho outras distrações que possam fazer concorrência com ele. Casa de campo, casa de praia, motorhome, moto estradeira, moto de trilha e o tradicional churrasco de domingo na casa do sogro (aquele que você não abre mão de jeito nenhum) são alguns exemplos de concorrência.

5. Avaliações de links com fotos

Você já cumpriu o item 2 (falar com um consultor) e a partir de agora vai olhar apenas a lista de barcos recomendada.

Não se iluda com fotos em baixa resolução. Peça fotos em alta para avaliar os detalhes com profundidade.

Volte para o consultor se algum barco lhe chamar a atenção.

6. Agende visitas

Realize as primeiras avaliações estéticas.

Olhe alguns barcos e procure criar padrão para avaliação (começar pela estética exterior, depois interior, depois motor etc.).

Crie parâmetros a partir dos barcos anteriores (inteiro, detonado, mais ou menos, vale a pena investir etc.).

7.Não caia em tentação

Não feche negócio sem antes falar com o seu consultor.

Converse longamente com ele antes de contratar um avaliador.

Ele analisará o valor do bem, o inventário e as fotos em alta resolução para determinar se vale ou não a pena rumar para a avalição in loco.

Muitas vezes o consultor impede que o negócio vá adiante apenas verificando detalhes escondidos nas fotos.

8. Contrate o profissional avaliador.

Após cumpridas todas as etapas anteriores finalmente chegou a hora de avaliar o barco para compra.

Um laudo completo de avaliação deve conter as fotos que justifiquem o comprar ou não comprar.

Deve conter também o detalhamento técnico sobre estrutura, mastreação, velas, mastreação, instrumentos, equipamentos e afins.

Deve prever a valoração de todos os itens que necessitam ser consertados ou substituídos.

Deve conter a sua apreciação sobre o valor pedido pelo vendedor e a realidade encontrada. Assim o comprador poderá optar por pedir a redução de valor ou assimilar as despesas.

Uma coisa importante antes de iniciar o processo de negociação é perguntar ao broker (se tiver intermediador) ou direto ao proprietário de ele aceita propostas. Se a resposta for não, por favor não insista!

Barcos geram um apego emocional muito grande e quando abusamos da boa vontade e da razoabilidade podemos acabar com a negociação.

9. Retorne ao seu consultor

Encaminhe a avaliação pra ele.

Muitas vezes o veleiro possui grande potencial, mas a avaliação pode apontar para itens que poderão assustar.

O consultor terá condições de avaliar o que precisa ser substituído imediatamente, aquilo que pode esperar e aquilo que não precisa ser substituído, acalmando o seu coração!

10. Nunca compre um veleiro sem o acompanhamento de um profissional da vela!

Bons ventos!

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